Inflação e economia em alerta: um cenário desafiador para 2025

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A tarefa do Banco Central do Brasil está cada vez mais desafiadora. O cenário atual é marcado pelo aumento da inflação e pela elevação das expectativas de alta nos preços, influenciadas por uma capacidade ociosa limitada na economia, pela desvalorização do real e pelo encarecimento dos alimentos.

No lado da atividade econômica, o ritmo permanece intenso. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024. Apesar de indicar uma desaceleração em comparação ao primeiro semestre, esse crescimento reflete uma economia ainda resiliente, impulsionada pelo consumo das famílias e pelos investimentos. Nossa projeção é que a demanda interna se estabilize nos próximos meses, levando a um crescimento do PIB em torno de 3,5% em 2024 e moderando para 2,0% ao longo de 2025.

Em resposta a esse contexto, a política monetária tem sido ajustada de forma agressiva para conter as expectativas inflacionárias. O Comitê de Política Monetária (Copom) acelerou o ritmo de alta da taxa de juros, adicionando 1,00 ponto percentual em dezembro. Em seu comunicado, o Copom indicou a possibilidade de mais dois aumentos nas próximas reuniões, atingindo um patamar de 14,25% no primeiro semestre de 2025.

Prevemos que a flexibilização da política monetária deve começar apenas no final de 2025, com a demanda interna enfraquecendo e a inflação retornando gradualmente à meta entre 2026 e 2027.

Do ponto de vista fiscal, a atividade econômica e a inflação mais elevadas contribuem para que o governo alcance a meta de superávit primário em 2024 e se aproxime da meta para 2025. No entanto, a dívida pública deve continuar em uma tendência de alta.


Os efeitos dos juros altos na economia e no mercado de crédito

O aumento das taxas de juros impacta diretamente a economia e o mercado de crédito. Para as empresas, isso significa maiores custos de financiamento e um consumidor mais cauteloso, reduzindo a demanda por bens duráveis e crédito parcelado.

Além disso, o cenário de juros elevados dificulta o acesso ao crédito para pequenos e médios empreendedores, inibindo expansões e novos investimentos.

Em 2025, a atenção ao controle na concessão de crédito e na gestão das despesas se tornará essencial para mitigar riscos e garantir a sustentabilidade financeira em um mercado desafiador.


Autor: Daniel Perdomo

Autor: Daniel Perdomo
Assessor de Investimentos e sócio do Trium Capital, escritório credenciado à XP Investimentos. Certified Financial Planner, CFP®.

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